9 de maio de 2008

Por entre malas-diretas...

Mais um dia normal. Trabalho, trabalho, cansaço! Abriu o portão de casa e viu a correspondência jogada no jardim. Pensou em nem pegar, podia fazer isso amanhã! Ele já sabia que eram contas, folhetos de supermercado, malas-diretas e aquela inutilidade de sempre. Mas decidiu dar uma olhada e valeu a pena. Ao pegar a correspondência, além do habitual havia uma carta. Abriu o envelope com muito cuidado, um pouco de medo, mas bem lá no fundo sentiu que poderia ser um belo refúgio depois de mais um dia tão comum. Era uma única folha... Colocou os olhos sobre aquela letrinha toda redondinha e tão bem feita que dava vontade de roubar pra si. Leu cada palavra cuidadosamente... E então começou a sorrir. Em suas palavras, ela dizia que passara a acreditar nele e que daria mais uma chance pra que fossem felizes, porque tudo que mais desejava era que tudo pudesse voltar ao normal. As mensagens no celular antes de dormir, os filmes, as brincadeiras, os sorrisos, o suéter cheiroso...
Dobrou o papel, guardou na carteira e jogou todo o resto da correspondência no chão. Não era hora para contas, para promoções e muito menos cartões de crédito... Era hora de fazer daquele dia um dia diferente! E abrindo o portão ele disse:
- Eu também.

Um comentário:

Oscar Santos disse...

Singelo, porém convidativo...
Talvez a coisa mais meiga que tive o prazer de ler ultimamente.